SUSPENSÃO DE JULGAMENTO
- Leonardo Lacerda
- 1 de nov. de 2018
- 3 min de leitura
Temos o costume de julgar os outros, mas sempre esperamos indulgência das pessoas. Você concorda?
Profissionais de diversos ramos desempenham o ato de julgar, como juízes no meio jurídico, árbitros de futebol, professores em avaliações, profissionais de recursos humanos no processo de contratação, etc.
Sob tal prisma, há uma análise dos fatos sob diferentes perspectivas, tendo como base regras, ideias e objetivos, tudo para que alcancemos um convívio mais adequado e harmonioso entre os seres, grupos ou instituições.
Assim, suspender o julgamento se torna uma tarefa demasiada complicada, árdua e muitas vezes injusta, pois os ideais de justiça não são alcançados sempre. Ainda mais que, por vezes, esse processo é precedido de um pré-julgamento, extraindo-se informações mais externas das pessoas, como: o visual, a cor da pele, as vestimentas, o jeito de andar e de falar... O que acaba levando ao pré-conceito, ou seja, discriminação sem fundo lógico ou experimental.
Especificamente o ato de julgar está presente nos cotidianos dos seres humanos, pois é um exercício que sofremos e aprendemos a interiorizar e a concretizar uma “verdade” sobre o objeto ou pessoa julgada. Algo que por vezes vem acompanhado de um dedo acusador ou de uma postura de superioridade frente ao alvo da crítica.
Isso se torna ainda mais incisivo em uma sociedade que passa por transformações rápidas e que tem um estilo de vida atribulado, exigindo que nossa primeira impressão (geralmente superficial) seja única e permanente.
Como essa atitude cultural acaba atrapalhando compreender e aceitar o(a) outro(a) pelo que ele ou ela realmente é (com suas ricas diferenças que nos fazem refletir sobre quem somos e sobre como o mundo é), o desafio é reduzir o julgamento. O intuito é aceitar a pessoa como ela é, com seus pontos positivos e de melhoria, ouvir de coração sua história para que juntos, alcancemos um novo patamar de performance.
Mas a cessação de julgamento deve se iniciar conosco, aceitando nossos defeitos e amando-nos incondicionalmente. E só a partir dessa autoaceitação seremos capazes de sermos indulgentes com os outros.

Lembre-se de se lembrar de que aquele que julga, aponta o dedo (indicador) para o julgado, mas ao mesmo tempo está exposto a outras três acusações (os dedos médio, anelar e mindinho). Ou, buscando reforço no ditado popular, “Quem tem telhado de vidro não atira pedras no do vizinho”.
E às vezes o que nos incomoda nos outros acaba sendo uma característica própria que não conseguimos lidar ou superar. Perceba se isso cabe a você.
Anular totalmente o julgamento parece ser uma tarefa de monge, que se dedica às artes espirituais mais elevadas, mas talvez o que precisemos seja apenas de uma intenção que se fortaleça com a disciplina: intenção de realmente querermos diminuir essa ação... disciplina para encarar esse desafio todos os dias de nossas vidas.
QUE TAL EXERCITAR A SUSPENSÃO DE JULGAMENTO E PERCEBER AO LONGO DO TEMPO OS RESULTADOS DISSO?
Até porque, segundo a sabedoria dos índios navajo:
“Não me deixai julgar um homem sem antes não tiver andado duas luas com suas sandálias”.
Aproveitando esse momento de sabedoria, veja o vídeo a seguir para fortalecer essa ideia:
Então, um bom passo para iniciar a suspensão de julgamento é criar um estado de curiosidade. Procure, então, pesquisar sobre aquilo que te traz estranheza. Busque saber o motivo do outro pensar/agir tão diferente. Exercite a compaixão e a comunicação com o(a) outro(a) ao mesmo tempo que faz com você mesmo(a). Tenha a intenção de romper com a primeira impressão e a disciplina de seguir este caminho da curiosidade e da comunicação. E tenha uma vida melhor.
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